quinta-feira, 21 de abril de 2011

Desvaneio nº 1


    Fazer diferente às vezes é fazer igual. Igual algumas outras poucas pessoas que souberam ousar. Quando vejo alguém tomando uma atitude consciente imagino o potencial que esta pessoa tem ou pode vir a ter.  E desejo profundamente que este potencial se realize. Que seja lapidado e usado para melhorar o mundo ao redor. Fazendo a diferença que queremos ver no  mundo.  Porém, por mais que só aconteça conosco o que queremos que aconteça. Nem sem acontece como queremos. Isso é totalmente contraditório, mas aceitar esse paradoxo faz um sentido enorme depois que se passa pela pedra no caminho.
    Digo, que ter a ciência do que se quer, é aceitar as conseqüências desse Sonho. Ruim é só desejar. Sim, por que desejos são diferentes de sonhos. É diferente você sonhar com um carro e desejar um.  No sonho esta a caminhada, o processo que se faz para adquiri-lo. No desejo não, é só a vontade possuir e nada mais. Infelizmente temos mais pessoas desejando que sonhando.
    Vejo todos os dias seres desejando uma sociedade mais justa. Mas não as vejo sonharem com isso. Pelo contrário, pessoas “boas” são contra a ação construtiva. Parecem temer.  O mal não descansa na alienação das pessoas. Usufruir o máximo que pode. Mas o que de fato me preocupa não é a atitude dos maus, e sim a ausência dos bons.
    Fica tudo feito pelo desfeito. Não se procura a excelência. Conformamo-nos em sermos medíocres. Viva o império da mediocridade. O que importa sou eu. Que se dane o restante. Creio que errado não estão sendo as respostas que temos encontrado.  Erradas são as perguntas temos feito.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O inferno são os outros

Incrível. Tudo que me é leve com o tempo passa a ser pesado. E o inverso também é válido para essa máxima. Viver nesse paradoxo me enlouquece, me faz pensar e me transforma. Em que? Em uma metamorfose ambulante. Tal qual a música do poeta. Mas assim prefiro ser; a loucura dos fúteis me entregar.
Isto parece um inferno, mas o inferno são os outros. A culpa é del(as) por assim me sentir. E como me sentiria se assim não fosse? Blasfêmia. Tudo bem Sartre, desde criança me disseram que é mais fácil jogar a culpa nos outros. E desde então me responsabilizei por tudo que me ocorria. Procurei evitar dar desculpas. Mesmo sendo alguém que sempre reclamou, e muito. Então esse mal também passou a ser vigiado.
Tenho me aperfeiçoado, procurado melhorar sempre. Esse é um princípio vindo de uma das minhas partes, a arte marcial. Pois "O suor poupa o sangue quando sua arte for necessária". Sou livre para fazer minhas escolhas, mas prisioneiro das conseqüências destas. Então procuro sempre tomar as melhores escolhas. Para melhor ser feito.
Contudo contínuo sem saber o que fazer... Jogar as cartas na mesa, e a teve pela janela. Esse dia a dia que esvazia a fantasia. Não sei se vivo em uma caverna bem decorada ou se estou do lado de fora dela. O certo é esse apego ao que me limita. Como tender ao infinito? 
Toco continuamente a vida para frente, sem demonstrar nada sentir. Mas o passado me surpreende e bate a minha porta, novamente no semblante de uma mulher. Uma diferente, igual a tantas as outras que encontrei. Que me espanta que sinta tanta indiferença.  Mas que me faz de ator, para não demonstrar o amor que lhe tenho... Tanto horror. Gostaria de não precisar fingir...
É assim, sempre assim, estou só, sei onde quero chegar, mas não sei como conseguirei. Acho que devo fazer de conta. Pois te deis meus olhos para tomar de conta, me conta agora como ei de partir?

PS: isso que digo são só pensamentos soltos traduzidos em palavras para que você possa entender o que também não entendo!