terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Quando carnaval chegar terá seu fim....

Nada de pedro pedreiro esperando a festa,
esperando a sorte ou a morte...
Afinal todo  carnaval tem seu fim 
e assim não posso ficar parado distante 
mesmo sem saber dançar. 

Não vejo as pernas de loça 
da moça que quero pegar,
mas ainda assim desejo seu beijo
molhado de maracujá. 
 
Mesmo sendo essa festa nova já usada
Assim toda multidão pro carnaval é chamada... 

Como todos não vou  aguardar
essa alegria contida querendo gritar.
Pode esperar carnaval que estou pronto pra brincar. 

Antes que chegue ao fim...
para eu brincar com meu nariz
para eu brincar de ser feliz



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Desembarque

"Os bons morrem jovens, assim parece ser". Nunca me senti tão contemplado em uma frase, quando se trata de perdas, como nesta do Renato Russo. 
Tenho apenas 20 anos, e sinto um grande pesar, quando me vem a notícia de que algum conhecido se foi. E esta dor é ainda maior quando se trata de um jovem.

Nesta viagem podemos desembarcar a qualquer hora. Mas tenho sempre a impressão que não desceremos nas primeiras estações.
Iremos descer sempre a partir da plataforma 6.0. e nunca antes da 3.0. Que ilusão a minha. A qualquer  momento isso pode ocorrer. E quando ocorre, sempre fica um lugar no vagão desocupado que infelizmente nunca se preencherá. 
A princípio é muito estranho aprender a lhe dar com "o vazio" do trem. Mas o que se pode fazer?! Pular do trem em movimento?! Não, só trará mais "vazio".
Certo que não pedimos para entrar nesse percurso. Geralmente somos convidados a entrarmos sem pagar passagem. E na grande maioria das vezes aceitamos o convite. E seguimos, sem a necessidade de bagagem. Podemos até adquiri-la. Mas por fim nunca desembarcamos com as malas.
Muitas vezes reclamamos do peso das malas, de como o trem balança, de como algumas tempestades derrubam algumas árvores nos trilhos, e reclamamos, reclamos muito, por que isso está atrasando a viagem. Mas no fim das contas é isso que queremos que aconteça, queremos nunca chegar na Derradeira Estação.
Mas enfim nada se pode fazer, o trem sempre segue seu caminho. E nesse percurso nunca sabemos quando seremos convidados a descer. Sabemos apenas que seremos e que nesse vai e vem, sempre vai uma lagrima de despedida, sempre vem um sorriso de boas vindas.

Fiquem em Paz.... 

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser..
                            (Gonzaguinha)




sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vai boiada

Eu vejo aqui as pessoas mais fortes e inteligentes. Vejo todo esse potencial desperdiçado. A propaganda põe a gente para correr atrás de carros e roupas. Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis. Somos uma geração sem peso na história. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma guerra mundial. Nós não temos uma Grande Depressão. Nossa Guerra é a espiritual. Nossa Depressão são nossas vidas. Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seríamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock. Mas não somos. Aos poucos tomamos consciência do fato. E ficamos putos, muito putos.
Você não é o seu emprego. Nem quanto ganha nem quanto dinheiro tem no banco.
Nem o carro que dirige. Nem o que tem dentro da sua carteira. Nem a porra do uniforme que veste. Você é a merda ambulante do mundo que faz tudo pra chamar atenção.
Nós não somos especiais.
Nós não somos uma beleza única. 
Nós somos da mesma matéria orgânica podre, como todo mundo.

(Tyler Dunder- CLUBE DA LUTA)


Peguei esse texto do blog da Sara:


http://balelacroonica.blogspot.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pensantes

     Tenho estado novamente próximo a tudo aquilo que me (des)contrói. E tenho visto essa esperiência de forma diferente. É curioso, talves por que as pessoas não são mais as mesmas. Muito provável ser pela postura que tive de assumir.
     As pessoas tem de crescer. E eu tenho crescido. Parece-me repetitivo esse assunto. Mas é assim, tenho de repitir pra fixar. E quanto mais fixo, mais me questiono.
     Sou de perguntar pra entender, e quanto mais pergunto, menos entendo. E assim gosto de ser. Por que quando as perguntas acabarem não me fará mais sentido navegar.
     Posso não saber para onde estou indo, mas sei para onde não quero ir.
Mas acima de tudo, nesse navegar, quero levar comigo pessoas especiais no seu modo de ser. De pensar.
     Pessoas pensantes me atraem. Pessoas sorridentes que não se fazem de vitimas.
Não somos vítimas, prefiro me ver como autor. Poderia ser protagonista, mas esse ainda fica a merce do escritor do livro. E meu livro sou eu que escrevo.

 






sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pensar, Pensar (ultimo texto de Saramago)

Pensar, pensar


Por Fundação José Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.



Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

sábado, 12 de junho de 2010

Complexo das minhas levez incerteza

    Fingir estar bem, ou realmente estar! Não sei qual de ambos sou, ou melhor, estou. Porém, estou em estado de conforto. Foram-se minhas complicações. Ou pelo menos não às tenho dado importância.Então quem aqui voz fala não será mais o mesmo? Ou simplismente será que sou mais uma passagem do meu eu?
Não me sinto pesado, muito menos leve. Simplismente não me sinto. Não me tenho. Não me "tento". Complexo, é, assim sou em minha leveza insustentável.
    Anteriormente pediria perdão, porém, hoje já não mais. Cansei de me vitimar. Infelizmente, parece que de amar também! Ou talves só tenha esquecido como se faz, se é que se faz.  Falta-me a metafora. Sobra-me a  objetividade. Ruim?! De forma alguma. Bom?! Tambem creio que não. Até por que tudo que creio é possível do contrário se assim me for mostrado. Mas qual será o contrário do caminho do meio?
Entre o ser e o nada, fico com o nada. Mesmo que nada seja uma palavra esperando tradução. E não um vazio assim como me fora esplicado. Então é esperar? Nunca. Correr atrás, tambem não. E simplesmente estar. E assim estou, com paz e ciência.
    Oportunidades me aparecem, e em muita delas creio,em outras a crio. Mas assim não estou satisfeito. Nunca estou satisfeito. Por que? Vos quero perto de mim, e assim quando as tenho me afasto. Covardia, certamente, tal qual Sabrine (Insustentalvel Leveza do Ser). Mas não sou inatingivel, pelo contrário. Sou voltatil, sempre que me permito. Mas para que se permitir, se dessas histórias já sei o final? Ou será que vocês querem que eu acredite que pode ser diferente? Sejamos a diferença que queremos ver no mundo.
    Sim, tudo é possível, mas nem tudo é provavel. É pouco provavel que eu mesmo entenda o que digo.
Mas vos digo, assim fui, assim sou e assim serei; Uma constante metamorfose ambulante.

-vi veri veniversum vivus vici -
-Nenhuma verdade é absoluta-
 Se acredito nas duas frases que se passam, digam-me quem sou agora!?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Com que pernas devo seguir?

     Umas das maiores certeza que tenho é que sobre meu futuro pouco sei. Mas ultimamente tenho pensado bastante nele. Será que somos relamente donos de nós? Ou melhor, de nosso futuro?
   Sonhar não é viver de futuro, e trabalhar para escreve-lo. Porém muitos são os sonhos,e poucos o que realmete devemos seguir. Afinal quantos sonhos podemos SER?
     Por que para uns parecer ser mais facíl que para outros? Siceramente não sei.
   O que sei é que enquanto não respondo essas perguntas, vou caminhando para meu objetivo mais claro e serguro. Sem desistir do meu eu.

Se nós nas travessuras das noites eternas já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir?! (Chico Buarque)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ser Utópico

Será que somos o que temos?
Ou temos o que somos?

Somos o que desejamos?
Ou desejamos o que sermos?

Ser é ter ou fazer?
Fazer o que?

Façamos a diferença!
Sem sermos diferentes,
Respeitando as diferenças!

Façamos a ideia,
Tenhamos crença.
Consolidem a ação, consolação

Nas arterias, no coração!

Sendo realista,
somos utópicos!
Ou sendo utópico,
somos realistas?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Silêncio Gritante

O segundo antes do grito. A revolta da voz, a volta da alma.
O preço do erro. "O erro do  preço".
Re-volta. Não cresco.
Mereço?
Despreso...
Contesto junto a razão.
Nesse jogo? só emoção.
Silêncio postumos?
Só físico..
Pensamentos nunca se calam ...
Será melhor ficar calado?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Navegar impreciso, mas preciso

Passar por problemas é fato comum a todos nós. Não querer passar por eles também. Geralmente o  que fazemos diante desses problemas é nos faz.
Saber dominar bem uma situação de forma serena na mais conturbada tempestade pode salvar o barco...
Como já dizia o poeta, navegar é preciso sim.
Ainda não sou capitão dessa embarcação, mas garanto, sou um aprendiz dedicado!

domingo, 2 de maio de 2010

Músicas

 O INFERNOS SÃO OS OUTROS 


O que seria da tua beleza
Se eu fechasse os meus olhos pra você
O que adiantaria essa tua ideologia
Se tua própria liberdade se transformasse em opressão
Escute o meu silêncio

Talvez você nem tenha percebido
Que eu te quis também
Se ao menos eu pudesse te mostrar
Que o inferno são os outros

Você não quis me escutar
E o tempo não parou
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz
Vou sair pra ver o sol

Deixo a porta aberta se quiser voltar
Mas saiba que eu também consigo viver só
A solidão que me ensinou a ser mais forte e a qualquer lugar eu vou sem medo

Você não quis escutar
E o tempo não parou
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que eu não sou feliz.


Nem acredito que não conhecia essa música..
Gostei msm.. viva Detonautas Roque Clube 

http://www.youtube.com/watch?v=5JbI8D_t7OY 

sábado, 17 de abril de 2010

Insustentável Leveza do Ser

Bem, ainda é cedo pra se falar, pois agora que comecei a ler... mas pense num livro [...].
Descrever o peso ou leveza da vida! Para pouco..
Pois bem, aqui vai o que já achei de interessante:

... O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-las nas vidas posteriores.

O amor pode nascer de umas simples metáfora.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A mulher ideal (comentando economicamente parte 1)

    De vez em quando, as circunstâncias me levam a perguntar a mim mesmo quem é o meu tipo de mulher ideal. Acho que acontece com todo mundo, não? (acho que alguem que deseje um futuro estavel ao lado de alguem tenha que se fazer essa pergunta constantemente, até por que não se investiria em um negocio sem se perguntar antes se ele é seguro! Mesmo correndo risco!)

Eu mesmo nunca fui bom em responder a essa pergunta. Sempre a considerei um exemplo de racionalidade mal aplicada. De que adianta concluir que eu gosto de loiras com alma de escritora se eu vou acabar envolvido com uma morena com corpo de passista? A vida é implacável com as nossas convicções. E morre de rir das nossas certezas. ( Ao fim da era FHC todos acreditavam que o Brasil iria para o poço com uma possivel politica de esquerda do Lula, mas acabou sendo o contrário! Afinal de contas, alguem consegue  dizer com 100% de certeza o que irá acontecer com nossos relacionamento, ou com a economia do país ao longo prazo? Ja dizia Keynes: No longo prazo todos estaremos mortos, pórem já observava os clássicos, deixe o mercado correr livre que ele se ajeita. Então, torçamos para que o relacionamento seja o mais clássico possivel e que os Keynesianos estejam errados!)

Uma vez, milênios atrás, eu estava na porta do cinema com um casal de amigos. Eles queriam me apresentar uma garota com quem achavam que eu teria alguma afinidade. Ela veio chegando, eles a mostraram à distância e eu descartei: “Não é meu tipo”. Cinco anos depois, eu gemia no escuro por causa dela, que tinha me dado um pé na bunda. Foi uma das relações mais marcantes da minha vida – e nem era meu tipo...




Mesmo assim, hoje em dia me parece útil refletir sobre as qualidades e os defeitos que cativam cada um de nós. Ainda que seja de uma forma provisória. Não sei se isso ajuda conscientemente nas nossas escolhas, mas certamente contribui para um melhor entendimento de nós mesmos. Como dizia um amigo meu, nada explica mais sobre uma pessoa do que a escolha que ela faz de parceiros. ( Já diziam os mais antigos, diga-me com quem anda que te direi quem és! Socialistas socialistas, capitalistas capitalistas! Mas ainda assim mudamos de opinião, quem dirá a China, o País Comunista mais capitalista do mundo).

Continua... querendo ler o texto mulher ideal por completo, visitem:







domingo, 14 de março de 2010

A questão Deus

"O milagre não é dar a vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar a água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditar nisso tudo!" Mario Quintana

Deus é aquilo que me falta pra compreender aquilo que não compreendo. Raul Seixas

domingo, 7 de março de 2010

Eu quero Ser Deus

Quero ser Deus pra tentar o impossível, para entender o que não é entendido, pra vencer o invecível.
Não quero mais ser fraco, quero amar incodicionalmente, sem esperar algo em troca. Sempre aceitar as coisas como são, e ainda assim tentar mudar as ruins.
Quero ter tempo pra trabalhar, estudar, militar, ter lazer, sair com amigos, namorar, viajar. Com a condição de nunca me extressar fazendo tudo isso. Ah, é claro, como quero ser  Deus, nada disso pode dar errado, tem de estar dentro da mais perfeitas das perfeições. Para que nunca mais fique triste com aquele zero na prova de matemática, ou com a decpção sentida, ou pelo ônibus perdido daquela viagem tão esperada. Quero ser Deus para pode agradar a todos, direita ou esquerda, cima ou baixo.
Na verdade, acho que posso querer mais, já que sou Deus! Quero estar em vários lugares ao mesmo tempo ou a qualquer tempo. Quero acabar com a fome que existe, com a violência que anda solta. Controlar os cataclismas que estão fora de controle. Ah, e entender as pessoas, seria uma boa, mas tenho lá minhas dúvidas se Deus as entende.
Efim, se alguem conseguir fazer isso tudo, me liga, que eu quero pedir umas aulas. Sei que não deve ser facíl, mas sou um aluno dedicado. E como você é Deus, e já tem tudo o que quer, não vai precisar cobrar nada em troca! E como Deus é bom ele vai me escutar. Num vai? Ou será que não?[...]

quarta-feira, 3 de março de 2010

Frases...

Viver é uma repetiçao de situações em aplicações diferentes.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Há Sois

Por que enquanto sós, somos constelações
Devido o futuro do pretérito
De deversas desilusões.

Por que enquanto sóis somos solidão
na imensidão do Cosmo
Feito todo de Caos

Toda ordem um regresso
ingresso no sub-entendido
Do partido dispersso.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Socos desbravadores!

            Recomeçar a insistência do que não sou! Teimoso, não sei! São mais socos em pontas de facas!
    Amar o que me enfraquece. Entender o que não faz parte de mim! Seria compreensão? Ignorância talves. Teimoso? Com certeza.
Mas são nesses socos que crio resistência em meus punhos para cada soco que irei dar!
    Cada gota de sangue caída vale a pena! Tudo vale a pena! Pelo menos assim resa o poeta! o que é verdade me interessa! Mudar o imutável! Ser metamorfose ambulante! Metamorfisar o ignorante atráves do interessante.
   Perambular por aí, descobrindo o cotidiano, percebendo detalhes das migalhas espalhadas como alimento! A cada momento sentir que descobrindo o mundo, sou desbravador de mim!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A vida é uma escola?

Aprenda comos erros alheios pois voce não vai ter tempo de cometer todos para aprender o que é necessário.
Obrigado tio, por me mostrar o quão as coisas são importantes. E quanto podemos mudar dependendo de nossa força de vontade! Que podemos ser fracos, mas não humilhados. Que quem estende a mão a nós, apesar de próximos, nem sempre faz de bom grado! Faz ainda assim, devemos ser gratos pelo que nos ensinam...mesmo que da forma errada!
Muito obrigado por me ensinar a respeitar e admirar "nosso pai".
É na porrada sagrada de cada dia que a gente pode e deve ser confiante e não deve dar mole nem quando a gente confia!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Os QuesAdos

O que quer que se faça os ques de nossa vida
Podem ser queridos ou odiados!

Amado foi esquecido
Por alguem que está no passado.

Hoje é querido
pelos ques que tem encontrado

Pergunto se tem os amado?
Diz que tem aproveitado.

Porem afirma que nessa prisão
não quer estar junto a solidão.

Operário em Construção

 Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.



De fato como podia
Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento


Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse eventualmente
Um operário em construcão.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma subita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: a gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Nao sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento
 Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua propria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.






Foi dentro dessa compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele nao cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Excercer a profissão -
O operário adquiriu

Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edificio em construção
Que sempre dizia "sim"
Começou a dizer "não"
E aprendeu a notar coisas
A que nao dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uisque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.



E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução

Como era de se esperar
As bocas da delação
comecaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
- "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!


Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão
Porém, por imprescindível
Ao edificio em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo contrário
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher
Portanto, tudo o que ver
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário
Que olhava e refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Nao vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martirios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construido
O operário em construção
 Vinicius de Moraes

Simplismente Sublime!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A gente estancou derrepende, ou foi o mundo então que cresceu?

  Qual é o produto interno do bruto? A brutalidade faz parte de um sistema, seja ele comunista ou capitalista. Pessoas discutem qual é a melhor forma de poder; quem manda e desmanda melhor? E com isso fecham-se em suas ignorantes formas de pensar. Tipo a ditadura que assolou nosso país por duas decadas.
  Quantas pessoas morreram em nome de um ideal, ou da falta dele? Quanto valem essas vidas? E o pior são as formas que essas pessoas foram findadas. Stuart Angel, foi assassinado preso ao escapamento de um carro. Sua mãe, Zuzu Angel em um acidente de carro bastante suspeito, mas mais que claro que a mando de governantes subversivos. Ou ainda como Frei Tito, que sendo exilado, não anguentou se ver inativo e acabou por suicidar-se.
Mas ao que parece, nosso estado que não é nação, pelo menos quanto a isso criou uma noção (ou será que foi por alienação?). Mas por aí parou. Temos uma imprensa que GRITA por liberdade de expressão. E sim ela é bastante importante. Porém nosso meio de comunicação mais abrangente é a televisão, que pouco nos liberta, muito pelo contrário, nos prende a nossas vaidades mais fúteis.
Pergunto-me se por acaso, fossemos livres pensadores aceitariamos melhor a decisão dos outros? O nosso direito termina onde começa o do próximo. Temos o direito de fazer o que quizermos com tanto que o que façamos não faça mal a ninguem (nem a nós mesmos).
Mas não! Preferimos a ignorância ao conhecimento. É mais facil  virar a cara pra não ver. Ou será que vemos e fingimos que não?
De que adianta tanto vermos nossos erros se não aprendemos com eles? Ou será que aprendemos e as situações que não nos dão escolhas?
A gente estancou derrepente, ou foi o mundo então que cresceu?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A arte de tocar sem ser tocado

    Esse final de semana descobri que um dos principais pensamentos do criador do Hung Gar ( um determinado estilo de Kung Fu o qual pratico)é: A arte de tocar sem ser tocado.
    Claro que isso ele fala de um ponto de vista marcial. Mas trazendo para o cotidiano, quantas vezes pessoas nos tocam e não se dão por conta disso. Ou ao contrário.
    E quão infinita podem ser as formas de tocarmos as pessoas. Seja para o  bem ou para mal. As vezes basta uma palavra, ou até mesmo um olhar de aceitação ou negação. Um sorriso.. que mostre mais que os dentes. Mas talves uma aceitação.
    Mas a grande pergunta é:
    Nos permitimos ser tocados?